O último disparo

março 21, 2013

Geralmente não faço introdução aos contos que escrevo, mas esse vai ser exceção. Escrevi esse conto para a aula de português, e como a professora disse que eu podia fazer o que quiser como ele, resolvi postar aqui.
Nós (alunos) tínhamos que escrever um conto baseado nas seguintes linhas:

Bala perdidaAcorda, levanta, vai ganhar a vida...
(Disparos)
...passou tão rápido.

Eis o que escrevi: (mudei só o nome dos personagens, que era baseado em colegas \o/)
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O último disparo

Já passava de duas horas da tarde e Patricia tentava acordar o filho que ainda estava dormindo.
— Acorda, Alessandro! Vai ganhar a vida, arrumar um serviço...
Alessandro acordou assustado. Ouviu disparos. Um, dois, três tiros! Em seguida, gritos. Havia pessoas correndo na rua. Algumas gritavam "policia", "ambulância", outras apenas gritavam. A rua parecia um formigueiro em chamas, tamanha a confusão. Alessandro levantou da cama, pé por pé, queria mesmo era voltar a dormir. Olhou a mãe, ela estava paralisada. Seria susto? Medo? Mal pressentimento? Alessandro não sabia porque a mãe estava assim.
"Foi só uns tiros, afinal", pensou ele despreocupado.
Andou até a janela e a abriu. Olhou a rua, não havia mais ninguém. O tumulto passou rápido. Alessandro achou melhor sair e ver mais de perto, talvez alguém estivesse ferido na rua. Se ele verificasse, poderia dormir tranquilo, ainda tinha muito sono pela frente. Foi o que fez.
Assim que colocou os pés na rua, comprovou o que estava desconfiando: as pessoas que estavam correndo na rua minutos atrás, não estavam mais lá.
Andou um pouco, foi até o meio da rua. Olhou para trás e viu, nas paredes da própria casa, três buracos de bala. Aproximou-se e colocou a mão, a parede descascou, deixando poeira nos dedos dele.
Alessandro nem teve tempo de pensar no que aquilo significava, quando ouviu um barulho muito alto. O som foi tão alto e tão próximo que seu ouvido doeu. Ele não percebeu que aquilo foi um quarto disparo — o último. Alessandro sentiu algo quente no peito, e dor. Sua visão embaçou, as pernas bambearam, as forças sumiram. Ele se sentiu fraco. Colocou a mão no peito, estava molhado. Não teve tempo de olhar, caiu para trás. Fechou os olhos, não havia mais dor. Respirou profundamente, em seguida, a escuridão total, o silêncio, o vazio, a paz... Tudo isso durou apenas alguns segundos, e ele nem soube quem o atingiu.

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22 comentários

  1. Marina ficou ótimo seu conto! No começo pensei que fosse a mãe a ser morta, mas o final me surpreendeu e fiquei curiosa em saber quem atirou ;)

    Bjs

    Da Imaginação a Escrita

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    1. Nem tinha passado pela minha cabeça a mãe dele morrer, teria sido um final legal ^^

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  2. Você, é boa em escrever esses textos, hein?

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  3. "Se ele verificasse, poderia dormir tranquilo, ainda tinha muito sono pela frente. Foi o que fez." e depois "Não teve tempo de olhar, caiu para trás. Fechou os olhos, não havia mais dor. Respirou profundamente, em seguida, a escuridão total, o silêncio, o vazio, a paz... Tudo isso durou apenas alguns segundos, e ele nem soube quem o atingiu."
    A-do-rei! *o* HAUSHUAHSA Parece simples, mas há uma ligação impressionante! Diferente das coisas desconexas que escrevo >.< UAIEUA Como faz para escrever assim? aiai Curti mesmo. Beijo Mari (posso chamar assim?)

    Carinho.
    Diva Pensante (perfil)

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    1. Eu mesma nem tinha visto essa ligação usaushauhsu'

      Você escreve bem Ana, seus textos são legais :D

      Claro que pode me chamar de Mari ;)

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  4. Puxa, que história. Amei.
    Parabéns, super bem escrita. Seu professora deve ter gostado muito ^^

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    1. Obrigada Isa, acho que ela gostou sim, tirei nota máxima no conto *o*

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  5. Poxa, que ótimo conto. Adore!
    Teria orgulho de ler algo assim, se fosse professora.
    Você escreve muito bem!

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  6. Muito bom o texto! Mas o seu amigo gostou de ter o nome usado como o cara que está morrendo?! Deve ser algo meio chocante e legal. Beijocas ;*

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  7. Nossa! Ficou muito bom!
    Queria aprender a escrever assim. Passar a minha ideia de uma maneira tão emocionante mas com poucas palavras. Meu menos conto deve ter umas duas páginas.
    Publica mais contos quando tiver! Você escreve muito bem!

    Beijussss;
    http://hipercriativa.blogspot.com.br/

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    1. Eu gosto de conto com várias páginas, mas tive que escrever pouco nesse por causa do tempo da aula, se não escrevia um monte de folhas hahahah'

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  8. Eu achei que a mãe tinha levado o tiro... rs

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  9. Uau! Ótima descrição, me senti dentro da história, com ele, sendo ele... sei lá. Muio bom ;)

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  10. Oi, como está?
    Nossa, eu gostei muito do seu texto. Soube expressar com leveza uma situação meio tensa...
    Confesso que fiquei curiosa e queria a continuação rsrss!

    Tem post novo no blog,
    passa lá e confere!
    Sua volta é sempre bem vinda!

    endless-poem.blogspot.com.br

    Beijão

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    1. Não tem continuação, acaba aí suhaushuahsu'

      Vou passar lá

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  11. Oi!
    Curti o conto. Cumpriu com a proposta e foi interessante.
    Abraço!

    "Palavras ao Vento..."
    www.leandro-de-lira.com

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