Estou aqui há um bom tempo pensando no que escrever em um post de recomeço. Sabe quando você esquece um compromisso com alguém muito importante, se lembra em cima da hora e precisa encontrar essa pessoa assim mesmo, com horas de atraso? Você encontra a pessoa lá, te esperando, p* da vida com você e sente aquela vergonha? Então, é essa vergonha que estou sentindo agora. Atrasei pra um compromisso que marquei com meu blog haha'. Achei interessante, já que estou há tanto tempo parada, começar de novo. Não do zero, porque não tenho coragem de apagar tantos anos de história, mas com uma cara nova. 

Andei pensando muito em qual seria meu propósito em voltar a escrever. Muita coisa mudou desde a última vez que fiquei realmente ativa na blogosfera (por mais que eu tenha postado nos últimos anos, não consegui fazer algo além disso). Muita gente que eu acompanhava já não posta mais e a cada dia que passa vejo menos pessoas criando blogs por aí. Compreendo que sejam mudanças relacionadas a própria internet e suas plataformas, mas não vejo isso como uma competição ou o "fim" dos blogs. Se tem uma coisa que eu gosto na blogosfera é a teimosia de quem insiste em permanecer escrevendo mesmo quando todas as plataformas se modificam para o contrário. E então, eu percebi que meu único propósito em querer escrever é... escrever. 

Mudei muito minha forma de pensar nos últimos meses. A internet pode ser um ambiente tóxico, e me tornei mais atenta a isso. Me sentia pressionada a ter um blog "profissional", uma quantidade enorme de seguidores e ser uma blogueira de "sucesso". Ao mesmo tempo, ser blogueira virou algo quase pejorativo, sinônimo de futilidade e alienação, e (por mais bobo que isso possa parecer) tudo isso se tornou um peso pra mim. Na contramão disso tudo, eu só quero um espaço onde eu possa escrever e conhecer outras pessoas, sem me preocupar se isso vai se converter em moeda no final do dia, ou se o que estou escrevendo está mudando o cenário político-econômico-social que estamos inseridos. Até acho que dá pra fazer as duas coisas, mas para mim está ótimo não fazer, ao menos nesse blog. 

E, justamente dessa necessidade de aliviar o peso das coisas, tornar calmo, sereno, me veio o nome "Serenar". Traduz o que quero e o que sinto, e meus objetivos em escrever um blog. Com isso em mente, recomeço, mais uma vez. E para você que ainda lê e acompanha, minhas mais sinceras boas-vindas! (de novo)

Recentemente fui convidada pela Samanta, do blog Dose de Estrela, para participar de um projeto fotográfico coletivo, juntamente com a Bruna (blog Escriptopia). Fiquei muito feliz com o convite, adoro fotografar e acho ainda melhor quando feito com outras pessoas. 

Para quem não conhece, a ideia é simples (mas maravilhosa), todo dia 6 de cada mês postamos 6 fotografias relacionadas a um tema, que escolhemos entre a gente. O desse mês, pra dar o pontapé inicial, não poderia ser outro: fotografia! E eu resolvi tentar passar em algumas imagens como é fotografar, para mim.

Passei um bom tempo refletindo qual o significado da fotografia na minha vida. Eu não sou profissional, e assim como muita gente, levo a fotografia como hobby. Eu gosto de fotografar e aprender coisas novas sobre câmera, angulo, edição, etc. Eu me divirto aprendendo e me divirto também fotografando, então esse é o primeiro ponto. Fotografar me diverte! 

Gosto quando minhas fotografias contam histórias. Essa de cima, escolhi por me trazer boas lembranças. Tirei em um congresso de Psicologia de Juiz de Fora que eu participei da organização. A foto é um prédio visto pelo reflexo da janela de outro prédio. Deu pra perceber? 

Além de contar histórias, fotografar, para mim, é capturar detalhes, mostrar coisas invisíveis, que passam despercebido. Parece estranho, mas eu gosto de mostrar e esconder ao mesmo tempo, deixar uma segunda opção, uma outra forma de ver o que está sendo mostrado. Como a foto acima, e também como a foto abaixo:

Fotografar também é brincar com a realidade. Gosto de brincar com a luz e a sombra, com as cores, com o cenário, e até comigo rs. Às vezes saio de trás da câmera para aparecer na frente dela, sair dos bastidores e me tornar protagonista. por que não?

Uso a câmera como uso o lápis, o pincel e a agulha. Tem todo um processo, e eu gosto dele: surge a ideia, como uma centelha, e a ideia vai tomando forma, aos pouquinhos. Não é de uma hora pra outra e não é só apertar um botão: tem os ajustes da câmera, a arrumação do cenário, os objetos ou as pessoas que vão compor o cenário, a iluminação, e o clique! Depois, claro, vem a edição, alguns ajustes nas cores, na sombra, na nitidez... e assim como a linha e a agulha vão dando forma a uma peça, todos esses pequenos passos dão vida a fotografia. Ver o trabalho finalizado é maravilhoso ❤️

Pra finalizar, minha última fotografia de hoje. Gosto dessa fotografia por resumir um pouco do que tentei escrever aqui: o detalhe da flor, a sombra dos galhos nas folhas, as cores, a luz, e é claro, o momento, a história: tirei com meu sobrinho, na roça, um lugar cheio de verde que me transmite muita paz ♡