Há algum tempo atrás vi uma imagem no We Heart It que me chamou muita atenção: era um mural de fotos em formato de coração. Fiquei com muita vontade de fazer igual, mas era só vontade. Com o tempo fui vendo mais e mais imagens como aquela e decidi que iria fazer um. Encontrei um tutorial na internet de como fazer. Li o tutorial e vi que era bem simples, e resolvi fazer. O problema é que era preciso 46 fotos “deitadas” e na minha casa só tem fotos “em pé”. Pensei em tirar algumas fotos pra colocar na parede, mas ia demorar muito e a ideia me pareceu um pouco forçada. Desisti temporariamente do “meu coração”.

Depois de um tempo li uma matéria em uma revista sobre mural de frases e como ele ajuda a nos sentir melhor.  Acabei desistindo do mural de fotos e resolvi fazer um mural de frases.

Medi a largura e a altura de uma foto e fiz um molde no papel. Desenhei, colori, escrevi e recortei todas as frases (poderia ter feito no computador, mas gosto de desenhar). Depois de mais ou menos um mês eu tinha todas as frases prontas, faltava apenas colocar a mão na massa.

Decidi que ia fazer o mural a noite (nas férias eu custo a dormir). Deixei tudo preparado, aproveitei que todos tinham ido dormir (assim ninguém ficava fazendo perguntas) e fui fazer o coração.

Acabei não seguindo o tutorial, porque na hora de fazer deu tudo errado. Fiz um monte de fotos a menos, esqueci de comprar fita dupla face (olha que sou vizinha de uma loja de material de construção), a parede não ia caber tudo, enfim, tive que usar “o jeitinho brasileiro”.  Mas não desisti assim tão fácil, continuei e acabou dando certo.

Ficou bonito, mas o colorido ficou muito claro e quase não dá pra ver de longe. Terminei de colar tudo na parede as quatro da manhã (isso foi há três dias), tive que fazer alguns ajustes porque ficou um pouco torto. Mas como eu disse, acabou dando certo.

Quando era mais jovem, visitava blogs e pensava: “Que graça tem escrever para uma coisa para um bando de desconhecidos? Isso é, se alguém lê essas coisas” Eu não imaginava que anos depois estaria escrevendo para um monte de “desconhecidos”, e pior, passaria a gostar de fazer isso. Pois é, o tempo passou, minha mentalidade mudou e, alguns meses atrás, resolvi criar meu primeiro blog.

No inicio foi uma maravilha. Ainda me lembro do meu primeiro comentário que recebi, fiquei rindo a toa.  Mas o blog era somente um passatempo. Depois vieram outros comentários, e outros e outros. Sem me dar conta, meu blog já estava se tornando meu mundo.

Foi um vicio sutil, começou pequenininho, devagarzinho, humilde. E foi crescendo, crescendo, crescendo... Hoje já não passo mais um dia sem pensar no blog, visitá-lo, checar os comentários, pensar em uma postagem... Parece até que ele é vivo. Outro dia meu namorado disse que se o nome dele começasse com “HTTP:// “ e terminasse com “blogspot.com”, eu daria mais atenção a ele.

Já não consigo mais imaginar minha vida sem meu blog. Como pode uma página acabar virando o mundo da gente? Se meu “eu” do passado me visse agora, me perguntaria que graça tem escrever para um monte de gente que você não conhece. Eu apenas diria que a graça está em saber que algum lugar do mundo alguém leu o que você escreveu, pensou no que você escreveu, e formou uma opinião sobre aquilo. Mesmo a pessoa sendo um “desconhecido”, morando longe, e talvez você nunca a veja, de algum modo, a pessoa acaba se tornando sua amiga, e em alguma hora do dia, vai lembrar que “fulano disse isso” sobre seu texto. E você vai sorrir, porque gostou do que ele disse. Eu também diria ao meu “eu” que um blog não é só uma página, e não importa se alguém lê ou não o que você escreve. Um blog é um mundo, meu blog é meu mundo.