Acho que não é mistério pra ninguém que a gente vive em uma sociedade que valoriza beleza acima de tudo. O carro mais bonito, o celular mais bonito, a roupa mais bonita, a casa mais bonita... A beleza é sempre um ideal, e não é a toa que para muitos, "bonito" ou "lindo" é considerado o melhor elogio que se pode fazer ou receber. Longe de querer debater juÃzo de valor relacionado a adjetivos, minha intenção é falar sobre outra coisa: a tal da "beleza" no mundo dos games.
Ok, me julguem. Tanta coisa pra ser falado e eu venho falar de games. E pior: todo fórum, blog, rede social e devaneio relacionado a games já falou disso pelo menos uma vez. Mas eu insisto: gosto do tema e seria legal falar sobre ele mais uma vez.
Então, a pergunta que todo mundo faz: o que é melhor: uma boa jogabilidade, gráficos excelentes ou uma história de tirar o fôlego? Os três seriam ótimos, mas se tivesse que dar prioridade a um deles, daria prioridade a história. Pode até ser mal de leitora, mas para mim de nada adianta um jogo que não te acrescenta muita coisa, a menos que o jogo seja muito divertido e que você possa passar horas jogando sem se dar conta, como tetris (sim, eu acho tetris divertido e não tem nenhuma história).
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Tetris, você já jogou |
Não sou hipócrita, vivemos em um mundo muito visual e somos atraÃdos pela imagem. Imagem vende. Isso não é segredo. Temos recursos que não existiam antigamente e é por isso que hoje se investe mais em imagem, e isso é legal, é bonito, é lindo de ver e não deixa o jogo menos divertido. Existem vários jogos com ótimos gráficos que são bons, possuem ótima jogabilidade e uma ótima história. Um exemplo disso pode ser The Elder Scrolls V: Skyrim, que eu nunca joguei mas já vi e ouvi falar que junta esses três elementos de uma forma satisfatória.
Se você pegar um jogo antigo e compara com um jogo atual, não dá para acreditar que estamos falando da mesma coisa, mesmo se tratando de jogos atuais bem pobres visualmente. As coisas evoluÃram muito e isso é maravilhoso. Olhe para o Norman Reedus do Silent Hills e me diga que essa evolução não é uma coisa boa. Vamo combinar né?
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Nem com o "Daryl" eu teria coragem de jogar Silent Hills |
O que me deixa frustrada com (alguns) jogos atuais é uma espécie de excesso de valorização dos gráficos. Algo como "ei, olha só o jogo que criamos, que jogo foda, olha como somos bons nisso, jogue dois minutos, veja essas cenas, tire umas screenshots". O tempo todo, O TEMPO TODO vemos um monte de filmes (cg's) e você passa mais tempo assistindo isso que jogando de verdade. Piora quando você joga no PC e o jogo tem um gráfico tão foda que você precisa de um computador super mega ultra hiper potente pra rodar.
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Final Fantasy 7 (a esquerda) e Final Fantasy 15 (a direita). It's evolution, baby. |
E a outra face da moeda é que jogos divertidos e interessantes, mas que não possuem um bom gráfico acabam sendo deixados de lado. Eu por exemplo, só jogo jogos de gráficos mais pobres, principalmente porque meu notebook não aguenta um jogo com gráficos muito trabalhados, e acabo conhecendo jogos excelentes assim. Jogos que, se eu fosse olhar só o visual, não daria nada por eles, mas que acabaram me conquistando com uma história e jogabilidade inovadoras. Um bom exemplo disso é o jogo Brothers: A tale of Two Sons, que zerei a pouco tempo, onde os gráficos não estão próximos a realidade, mas a história é emocionante e tem uma proposta de jogabilidade bem diferente: controlar dois personagens de uma vez só. Ah! Falando desse jogo em questão, os gráficos não deixam de serem bonitos, mesmo não sendo perfeitos.
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Gráficos bonitos, jogabilidade legal e boa história |
Eu poderia citar milhares e milhares de exemplos a respeito desse assunto, mas não há nenhuma novidade nisso. Fico frustrada quando vejo alguém que gosta de games criticar um jogo pelo seu visual, sem se dar ao trabalho de jogar ou procurar saber como o jogo é, da mesma forma que acontece na nossa vida cotidiana. Não, imagem não é tudo, embora pareça, e há outras formas positivas de se ganhar espaço, seja no mundo dos jogos, dos filmes ou na nossa vida. Tô certa ou tô errada?